sábado, 9 de abril de 2011

Pessoalmente, Não!



J., eis o texto que te falei.

Falei tremulando (como uma bandeira desonrosa para um patriota decepcionado) de vergonha - fato consumado.

Talvez eu acerte nalgum ponto da sua personalidade - tomando a liberdade de fazer uma comparação com você-personagem; talvez minha catarse te cause engulhos ou preguiça. Não sei.

Escrevi fustigado pelo delírio oriundo do arrebatamento causado por mera travessia em faixa de pedestre em que cruzei com você uma ou duas vezes. No texto, não tracei o perfil de uma mulher capaz de fazer qualquer mortal ficar de quatro como você o faz; não, salientei uma ou duas características do seu exterior pra deixar claro que não é apenas uma mulher deslumbrante que desperta a verve de um artista; não, pois, se assim fosse, eu teria mil musas por dia por causa da Paulista.

Foi ridícula a forma como te abordei...

Não sei de onde tirei coragem pra debelar essa minha maldita timidez e ir falar com você.

Talvez uma fobia de ser contaminado pelo virus do Petrarquismo e compor milhares de poemas pra uma mulher que não existe além das quimeras. Redundante dizer que você é de carne e osso e pode materializar um ideal. De forma breve? Promissora? Mais um troféu pra estante dos fracassos? Importa-me pouco tais respostas enquanto você for real.

Não nego que talvez eu esteja sendo pretensioso - apesar dos pés no chão e de deixar latente tal vaidade - em te enviar tal e-mail/texto, porém, prefiro correr o risco a não poder demonstrar a uma pessoa do que ela é capaz e da capacidade que ela faz brotar num desconhecido.

Bom, chega, pois aparentemente sou capaz de ficar destilando esse veneno em palavras por horas a fio e parafrasear uma Lou Salomé verdadeira num contexto análogo ao que a própria inspirou num certo alemão bigodudo aí sem chegar a conclusão alguma, como sempre.

Demais conjecturas dependem do que você achar/expor/demonstrar e etc.

É, um beijo... Não deu pra falar, mas o prazer foi meu :)